CURITIBA, 25 de agosto de 2008 - Nascido em 1954, em Porto Velho, Roraima, Carlos Ghosn estudou na França e entrou na Michelin em 1978 para dirigir a fábrica de Puy, naquele país, sendo nomeado logo depois chefe de pesquisa e desenvolvimento de pneus industriais em Ladoux. Foi enviado ao Brasil para dirigir as atividades da Michelin na América do Sul e em 1990 chegou a presidência da Michelin América do Norte, onde conduziu a reestruturação da empresa após a aquisição da Uniroyal Goodrich Tire Co.
Estas passagens começaram a criar a fama do executivo arrojado, o que o levou a Renault em 1996, contratado como diretor-geral-adjunto, posição de onde supervisionou as atividades da fábrica no Mercosul, incluindo a implantação da unidade de São José dos Pinhais, no Paraná, com um investimento de US$ 1,3 bilhão, em 1997. Ghosn faz uma autocrítica na implantação inicial da Renault no Brasil. Em várias entrevistas sobre o período inicial da Ranault no País, ele admite erros. "Falhamos muito na estratégia de implantação da empresa no Brasil quando definimos que os veículos seriam fabricados com 50% de componentes nacionais e 50% importados, o que tornou os nossos carros muito caros, enquanto nossos concorrentes trabalhavam com 85% de nacionalização."
Pouco ele pode fazer na época porque em junho de 1999 foi para a Nissan Motor Co. E, em junho do ano seguinte, já era o presidente da empresa. Um ano mais tarde foi nomeado CEO. O trabalho lá realizado levou ao topo da carreira em maio de 2005, quando assumiu o comando do grupo Renault, além da Nissan, comandando o 4º maior grupo automobilístico do mundo com 6,1 milhões de unidades comercia-lizadas em 2007. Ele encontrou a empresa francesa " numa situação frágil mas que não necessitava de reestruturação e sim de crescimento, vendas e novos produtos", com o que criou plano de lançar 26 novos carros no mundo até 2009.
Adaptado ao Brasil, o plano está em execução com excelentes resultados. Em 2005, a empresa registrou prejuízos de € 90 milhões no País. Em 2006 ainda ficou no vermelho, situação revertida em 2007 - embora a empresa não revele números. Em 2005, inclusive, a Renault viu despencar sua participação no mercado de 3,6% para apenas 2,9% do total, com a venda de 47 mil veículos. Hoje já está perto dos 5%, índice que informou já ter ocupado logo no primeiro ano que chegou ao Brasil.
Lembrando as dificuldades que a empresa teve depois que se instalou no país em 1997, Carlos Ghosn entrou no recinto onde foi feito o lançamento de dois novos carros, em Curitiba, afirmando que "o ano de 2007 foi o ano dos lançamentos e agora, em 2008, a Renault decolou". (Norberto Staviski - Gazeta Mercantil)
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